Tomada de Decisão em Grupos Familiares
Descrição

É um programa para pais de crianças vítimas de abuso e/ou negligência, que define um grupo familiar ampliado como referência na tomada de decisão sobre a segurança e bem-estar das crianças.

O programa posiciona os pais e os filhos em um grupo familiar mais amplo composto por pessoas afetivamente vinculadas a essa família e oferece apoio no planejamento das estratégias de cuidado e proteção à criança. O objetivo é garantir a vinculação de parceiros no processo e evitar que as intervenções institucionais, focadas apenas em pais e filhos, afastem esse núcleo do apoio do restante da família e dos amigos.

Quando uma decisão precisa ser tomada, as famílias são convocadas para um encontro com assistentes sociais e um coordenador independente, que garante um diálogo colaborativo e não coercitivo. Também são promovidos encontros entre o grupo familiar ampliado para que discutam de forma independente sobre as demandas emergentes e pratiquem a autonomia e a responsabilidade.

Avaliações de impacto

Estudos de avaliação de impacto evidenciaram que as crianças acompanhadas tinham uma probabilidade menor de serem colocadas em instituições para adoção, abrigo de emergência e ou de custódia permanente, ordenadas pela justiça. As crianças que receberam a intervenção tinham maior probabilidade de viver com a família, menos relatos de maus tratos comprovados e relatos de abuso físico e sexual. Porém foram identificados maiores relatos de negligência [1] [2] [3] [4].

Referência bibliográfica

[1] Pennell, J. & Burford, G. (2000). Family Group Decision Making: Protecting Children and Women. Child Welfare, 79(2), 131–158. https://www. jstor .org /stable/45400209

[2] Gunderson, K., Cahn, K., & Wirth, J. (2003). The Washington State long-term outcome study. Protecting Children, 18(1-2), 42-47.

[3] Sundell, K. & Vinnerljung, B. (2004). Outcomes of family group conferencing in Sweden. A 3-year follow-up. Child Abuse & Neglect, 28(3), 267–287. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2003.09.018

[4] Walker, L. (2005). A cohort study of ‘Ohana conferencing in child abuse and neglect cases. Protecting Children, 19(4), 36-46. https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2137955