Jogo do Bom Comportamento
Onde o programa é aplicado
País onde foi implementado
Descrição

É um programa escolar para auxiliar os professores do ensino primário a reduzir comportamento disruptivo e agressivo em crianças e criar um ambiente de aprendizagem positivo e efetivo. A intervenção é realizada por meio de jogos, onde o professor cria equipes com características homogêneas e explica as regras.

Durante o jogo, o professor observa a ocorrência de comportamentos pactuados na brincadeira, marcando ao lado do nome do membro da equipe sempre que uma dessas regras é quebrada. O professor indica de maneira neutra o comportamento observado, identifica a criança que o praticou e elogia as outras equipes por se comportarem bem. Cada time vence o jogo se o número de pontos não exceder quatro no final do período de jogo, podendo haver mais de um vencedor.

A equipe vencedora recebe recompensas tangíveis (adesivos, rascunhos) e atividades (recreio extra, privilégios de classe). Além disso, a equipe que ganhar um jogo durante a semana recebe uma recompensa especial na sexta-feira, como uma festa ou uma atividade ao ar livre.

Avaliações de impacto

Estudos de avaliação de impacto evidenciaram que os alunos do primeiro ao oitavo ano apresentaram menos problemas com professores, de agressão, de propensão a ter diagnóstico de transtorno de conduta, de serem suspensos da escola, necessidade de atendimento em saúde mental, e atenuação no risco de fumar [1] [2].

No seguimento de um ano após a intervenção, os professores usaram menos comentários negativos e mais positivos, as crianças mostraram menos comportamento de conversação e diminuição no comportamento de oposição [3].

No seguimento de seis anos, houve redução do comportamento agressivo em meninos. No seguimento de 14 anos, teve redução do abuso e dependência de álcool ao longo da vida, comportamento anti-social, consumo de tabaco e drogas ilícitas durante a vida entre os homens, maior prevalência de uso de preservativo ao longo da vida, início da vida sexual mais tardio e menor prevalência de comportamento sexual de alto risco [4] [5]. Finalmente, os casos tratados também tiveram redução do consumo de cocaína em pó, crack ou heroína, maiores chances de concluir no ensino médio e frequentar a universidade [3].

Referência bibliográfica

[1] Ialongo, N. S., Werthamer, L., Kellam, S. G., Brown, C. H., Wang, S. & Lin, Y. (1999). Proximal impact of two first-grade preventive interventions on the early risk behaviors for later substance abuse, depression, and antisocial behavior. American Journal of Community Psychology, 27(5), 599–641. https://doi.org/10.1023/A:1022137920532

[2] Furr-Holden, C. D. M., Ialongo, N. S., Anthony, J. C., Petras, H. & Kellam, S. G. (2004). Developmentally inspired drug prevention: Middle school outcomes in a school-based randomized prevention trial. Drug and Alcohol Dependence, 73(2), 149–158. https://doi.org/10.1016/j.drugalcdep.2003.10.002

[3] Leflot, G., van Lier, P. A. C., Onghena, P. & Colpin, H. (2010). The role of teacher behavior management in the development of disruptive behaviors: An intervention study with the good behavior game. Journal of Abnormal Child Psychology, 38(6), 869–882. https://doi.org/10.1007/s10802-010-9411-4

[4] Kellam, S. G., Rebok, G. W., Ialongo, N. & Mayer, L. S. (1994). The course and malleability of aggressive behavior from early first grade into middle school: Results of a developmental epidemiologically-based preventive trial. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 35(2), 259–281. https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.1994.tb01161.x

[5] Kellam, S. G., Brown, C. H., Poduska, J. M., Ialongo, N. S., Wang, W., Toyinbo, P., Petras, H., Ford, C., Windham, A. & Wilcox, H. C. (2008). Effects of a universal classroom behavior management program in first and second grades on young adult behavioral, psychiatric, and social outcomes. Drug and Alcohol Dependence, 95(Suppl 1), S5-S28. https://doi.org/10.1016/j.drugalcdep.2008.01.004