Tratou-se de um experimento no qual agentes policiais da Cidade do México participaram de um treinamento baseado na abordagem da justiça procedimental. O treinamento foi estruturado para permitir que os policiais estivessem melhor preparados para enfrentar as situações complexas, emocionalmente carregadas e dinâmicas com as quais os policiais se deparam diariamente, através da efetiva assimilação dos princípios da justiça procedimental.
O treinamento foi desenhado com o intuito de permitir que os policiais ajustassem suas percepções sobre os cidadãos - enfatizando a necessidade de manter e fomentar a confiança deles na polícia -, ao mesmo tempo em que se buscava fornecer a eles as ferramentas para contextualizar, compreender e gerenciar interações complexas e/ou de risco. O objetivo do curso foi promover mudanças efetivas no comportamento policial "no campo", em favor de tipos e padrões de comportamento que sejam percebidos como justos, de acordo com o marco da justiça procedimental.
O treinamento foi dividido em seis módulos, com duração total de 9 horas, ministrados em um período de 3 dias. Cada módulo foi apresentado por um especialista, e executado com o apoio de slides, vídeos e exercícios em grupo. O conteúdo do treinamento se estruturou ao redor dos quatro princípios da justiça procedimental, quais sejam:
1) Dar voz: escuta atenta ao que os cidadãos têm a dizer e incentivo ativo para que eles expressem suas opiniões e percepções;
2) Mostrar neutralidade: ter consciência dos possíveis preconceitos ou estereótipos e da importância de que nenhuma decisão seja motivada pela aparência, gênero ou preferências individuais;
3) Tratar com respeito: tratar todos os cidadãos com a mesma dignidade e mantendo um comportamento profissional, independentemente das ações de uma pessoa;
4) Cultivar a confiabilidade: comunicar o processo e a lógica por trás das decisões ou ações tomadas e demonstrar preocupação genuína com o bem-estar do cidadão