As intervenções cognitivo-comportamentais consistem, essencialmente, em uma abordagem centrada em problemas, voltada para ajudar as pessoas a identificar e mudar suas crenças, pensamentos e padrões disfuncionais que contribuem para a incidência de comportamentos problemáticos (antissociais, de risco e delitivos).
Quando aplicadas em um contexto de reinserção e reabilitação social de infratores, as intervenções cognitivo-comportamentais enfatizam, sobretudo, a análise funcional do comportamento e sua relação com as cognições, focalizando, em particular, padrões de interpretação de situações sociais e processos decisórios empreendidos por infratores da lei.
Essas intervenções se baseiam nos princípios da psicoterapia cognitiva- comportamental, embora não impliquem que o escopo seja necessariamente "terapêutico", ou que o usuário tenha algum transtorno mental. As intervenções podem ter caráter psicológico ou psicossocial, e podem ser aplicadas individualmente, em grupos, presencialmente ou por meios eletrônicos, como por meio de chamadas de vídeo, por exemplo.
Atualmente, este tipo de intervenção é um dos mais utilizados, tanto no campo da prevenção secundária quanto da reinserção social, devido à sua eficácia. No que diz respeito à sua aplicação à redução da reincidência, especificamente, as intervenções cognitivo- comportamentais enfocam o desenvolvimento de habilidades sociais que facilitam a comunicação, a integração social e a construção e ativação de redes de apoio aos detentos/egressos. Elas também incluem a detecção e modificação de atitudes e orientações cognitivas que favorecem a manutenção dos comportamentos problemáticos identificados.