Uma revisão sistemática com metanálise avaliou 28 estudos envolvendo 19.301 jovens em 57 experimentos e constatou que, em geral, o efeito dos programas de redirecionamento sobre a reincidência juvenil não foi significativo. Dos cinco tipos de programas identificados, incluindo gestão de casos, tratamento individual, tratamento familiar, tribunal juvenil e justiça restaurativa, apenas o tratamento familiar conduziu a uma redução estatisticamente significativa da reincidência [1].
Uma nova metanálise, que incluiu 45 estudos de avaliação de redirecionamento envolvendo 14.573 jovens, majoritariamente de países anglo-saxões em um total de 73 programas, apresentou resultados que indicam que os programas de redirecionamento, seja cautelares ou com intervenção, são significativamente mais eficazes na redução da reincidência do que o sistema de justiça tradicional [2].
No entanto, estes resultados inconsistentes entre as metanálises podem ser explicados, pelo menos em parte, pelas diferenças observadas nos critérios de inclusão utilizados por cada revisão, bem como pela diferença no número de estudos incluídos nas respectivas metanálises. A segunda metanálise incluiu mais programas e teve um tamanho de amostra maior que as outras duas.
Uma terceira revisão sistemática analisou o impacto da acusação formal de jovens pelo sistema de justiça e buscou elucidar se o redirecionamento do sistema de justiça juvenil produz efeitos sobre a reincidência [3]. O estudo incluiu mais de 7.300 jovens em 29 experimentos realizados ao longo de um período de 35 anos. Com base nas evidências apresentadas, os autores concluíram que a acusação formal de menores não apenas parece não controlar o crime, como também parece aumentar a delinquência (prevalência, incidência e gravidade, entre outras medidas).
Considerando essas evidências em seu conjunto, este tipo de intervenção foi classificado como "promissor" para redução da reincidência juvenil.