Uma revisão sistemática agregou os resultados de 78 estudos randomizados controlados (RCTs) sobre programas de treinamento familiar/parental precoce, e encontrou um efeito médio estatisticamente significativo desses programas para reduzir problemas comportamentais de crianças, tais como condutas problemáticas, delinquência e comportamento antissocial [1]. Com base nessa revisão, a Plataforma Crime Solutions classifica esse tipo de programa como efetivo para reduzir a prevalência de comportamentos problemáticos entre as crianças, tais comodelinquência juvenil ou condutas antissociais.

Os programas de visitação domiciliar na primeira infância também foram avaliados pela plataforma Crime Reduction Toolkit, com base em duas revisões sistemáticas. Essa intervenção é classificada como efetiva, na medida em que as evidências extraídas dessas revisões sugerem que, no geral, as visitas domiciliares têm um efeito positivo para a redução dos abusos e negligência cometidos contra crianças, bem como para a redução da vitimização dessas crianças em episódios futuros de violência, além de reduzirem os episódios de violência doméstica entre os pais. As evidências apontam que estas intervenções parecem ser mais bem sucedidas em lares com baixo status socioeconômico; e os programas que utilizaram enfermeiras e trabalhadores da saúde mental foram considerados mais eficazes que os programas que utilizavam assistentes sociais. Além disso, os programas que incluíam visitas pré-natal e pós-natal foram mais eficazes do que aqueles que só incluíam visitas pós-natal [2] [3].

A plataforma Crime Solutions também classifica os programas preventivos de maus-tratos infantis como efetivos para reduzir episódios de abuso, negligência e maus-tratos contra crianças. Nesse caso, a plataforma se baseia em 03 revisões sistemáticas que focalizaram esses programas [4] [5] [6]. Apesar de uma delas não ter encontrado efeitos estatisticamente significativos [4], as outras duas encontraram efeitos consideráveis, entre 11% e 26% de redução na probabilidade de incidência desses episódios no grupo de tratamento, quando comparado ao grupo de controle [5] [6].