Descrição

Os programas de visitas, também chamados de intervenções de segunda resposta, se baseiam em abordagens multi-institucionais que têm por objetivo reduzir a violência doméstica e de gênero, articulando policiais, assistentes sociais e defensores das vítimas.

Esses programas tiveram início nos anos 1980, com o objetivo de ajudar vítimas de incidentes recorrentes de violência familiar (abuso de parceiros íntimos, abuso intrafamiliar e abuso de idosos, dentre outros). As iniciativas normalmente envolvem uma visita de "segunda resposta" às vítimas entre 24 horas e 14 dias após o atendimento inicial da polícia, assumindo que, neste período imediatamente após a ocorrência do incidente, as vítimas serão mais receptivas a intervenções e estarão mais dispostas a considerar mudanças de comportamento e estilo de vida.

Uma equipe, geralmente formada por um policial e um defensor da vítima, comparece à residência para prestar assistência à vítima e às vezes ao infrator, com o objetivo de prevenir novos episódios de violência e encontrar soluções de longo prazo para o problema. As vítimas recebem informações sobre seus direitos e opções legais, sobre a natureza cíclica da violência familiar, a obtenção de uma ordem de restrição e a busca de abrigo ou outros serviços de assistência e realocação, buscando conferir maior independência quem sofreu a agressão e diminuir a dependência do agressor.

País onde foi aplicado
  • Estados Unidos
Evidências

Uma revisão sistemática da Campbell Collaboration, baseada em 10 estudos (experimentais e quase-experimentais), evidenciou que os programas de segunda resposta não afetaram de modo estatisticamente significativo a probabilidade de revitimização, mas aumentaram ligeiramente as chances de novas denúncias à polícia. Os autores interpretam estes resultados da seguinte maneira: apesar de a intervenção não afetar a continuação ou cessação da violência familiar, ela poderia aumentar um pouco a disposição das vítimas em relatar incidentes às autoridades. Como todos os estudos foram realizados nos Estados Unidos e havia diferenças no modo de implementação, recomendava-se a realização de novas avaliações [1].

A revisão sistemática atualizada (de 2021) abarcou 15 estudos experimentais e quase-experimentais e tampouco encontrou evidências de que esse tipo de ação tenha reduzido a revitimização (a redução encontrada não é estatisticamente significativa). Entretanto, o trabalho concluiu que os estudos experimentais mais rigorosos indicam que as intervenções de "segunda resposta" estavam associadas a um aumento estatisticamente significativo de 22% nas probabilidades de reincidência de abusos familiares relatados, sem variabilidade expressiva nos resultados dos estudos individuais, não ficando claro se isso se deve a um aumento de ocorrências ou aumento da confiança das mulheres na polícia. Os autores concluem que as intervenções de segunda resposta são associadas a algum nível de redução da violência doméstica contra as mulheres quando a visita é realizada em até 72 horas após a ocorrência e que podem aumentar os riscos quando a visita é realizada após 72 horas, sendo necessárias novas pesquisas mais aprofundadas para confirmar esse resultado [2].

Bibliografia

[1] Davis, R. C., Weisburd, D., Taylor, B. (2008). Effects of Second Responder Programs on Repeat Incidents of Family Abuse. Campbell Systematic Reviews, 4(1), 1–38. https://doi.org/10.4073/csr.2008.15

[2] Petersen, K., Davis, R. C., Weisburd, D., Taylor, B. (2022). Effects of second responder programs on repeat incidents of family abuse: An updated systematic review and meta‐analysis. Campbell Systematic Reviews, 18(1), e1217. https://doi.org/10.1002/cl2.1217

Casos avaliados

Resposta Policial a Emergências de Violência Doméstica (West Midlands)

Intervenção de Segunda Resposta

Abordagem Conjunta de Polícia e Serviços Sociais em Nova Iorque

Intervenção de Visita Domiciliar para Violência Doméstica

Contato Policial Proativo com Vítimas de Violência Doméstica

Equipe de Intervenção em Caso de Violência Familiar

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