Efetividade

Promissor

.

.

.

.

.

Promissor

Quer saber mais sobre esta classificação? Consulte o nosso manual metodológico.

Descrição

A educação básica incompleta é uma das condições mais comuns de vulnerabilidade social na população privada de liberdade. A falta de acesso à educação constitui uma violação dos direitos humanos e sociais desse grupo, bem como uma barreira que dificulta a reintegração social da população egressa do sistema prisional.

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos egressos é encontrar emprego, seja por causa do estigma social ligado ao seu tempo na prisão, pela deterioração de suas habilidades profissionais, ou porque têm pouco ou nenhum contato com o mercado de trabalho. Conseguir e manter um emprego é um fator de proteção contra a reincidência e facilita o processo de reintegração social desta população.

Este tipo de programa inclui uma ampla gama de atividades destinadas a melhorar a empregabilidade dos egressos, incluindo a conclusão do ensino básico e médio, acesso a serviços de educação universitária, capacitação para o mercado de trabalho, aconselhamento, orientação e práticas de intermediação para obter emprego.

País onde foi aplicado
  • Brasil
  • Canadá
  • Chile
  • Estados Unidos
Evidências

Uma revisão sistemática focada em estudos que avaliaram o impacto dos programas de educação formal (ensino fundamental e médio) dentro do sistema prisional mostrou que o acesso à educação pode levar a uma redução de 7% a 46% nas taxas de reincidência [1].

A plataforma Crime Solutions avaliou três revisões sistemáticas focadas em programas de ensino fundamental e médio para adultos privados de liberdade, e classificou este tipo de programa como promissor na redução da reincidência para ampliar a empregabilidade e o status socioeconômico dos egressos do sistema prisional [2] [3] [4]. Com base em duas destas mesmas revisões sistemáticas a plataforma Crime Reduction Toolkit também classifica o referido tipo de programa como promissor, ainda que faça a ressalva de que foram encontradas algumas evidências pontuais (provenientes de de dois estudos individuais) de que os programas podem não ter efeito, ou mesmo aumentar a reincidência.

Os programas acadêmicos e vocacionais em nível educacional superior ao Ensino Médio também são classificados como promissores pela Crime Solutions, com base em 04 revisões sistemáticas analisadas pela referida plataforma. Todas estas apontaram para efeitos positivos destas intervenções para os níveis de reincidência criminal [2] [3] [4] [5]. A divergência se limitou às estimativas feitas para a magnitude do efeito (ex.: reincidência de 37% entre os participantes vs. 50% entre os não participantes [2]; ou 22% vs. 35%, respectivamente [5]).

No que diz respeito aos programas de emprego ofertados na prisão, a Crime Solutions avaliou e sintetizou os resultados de duas revisões sistemáticas que fornecem evidências de que o acesso à educação correcional reduz o risco de reincidência dos encarcerados. Uma destas revisões estimou que, em média, o trabalho industrial (estruturado) na prisão leva a uma redução de 7,8% nas taxas de reincidência dos presos que trabalham, em comparação com os infratores que não participam neste tipo de atividade estruturada [2] [3].

Em contrapartida, os programas não-custodiais de emprego para Indivíduos com registros criminais recentes são classificados pela Crime Solutions como uma prática não eficaz para reduzir a reincidência. A referida plataforma se baseou em uma revisão da Campbell Collaboration, que encontrou uma dimensão de efeito médio geral pequena e estatisticamente não-significativa, indicando não ter havido impacto relevante na redução do comportamento criminal dos participantes [6]. Importante destacar, entretanto, que o próprio resumo da Campbell Collaboration recomenda a não generalização dos achados deste estudo, dada a alta heterogeneidade encontrada.

Bibliografia

[1] Gaes, G. G. (2008). The Impact of Prison Education Programs on Post-Release Outcomes. http://www.ceanational.org/research.htm

[2] Wilson, D. B., Gallagher, C. A. y MacKenzie, D. L. (2000). A Meta-Analysis of Corrections-Based Education, Vocation, and Work Programs for Adult Offenders. Journal of Research in Crime and Delinquency, 37(4), 347–368. https://doi.org/10.1177/0022427800037004001

[3] Aos, S., Miller, M. y Drake, E. (2006). Evidence-Based Adult Corrections Programs: What Works and What Does Not (núm. 06-01-1201). Olympia, WA. Washington State Institute for Public Policy. https://www.wsipp.wa.gov/ReportFile/924

[4] Davis, L. M., Bozick, R., Steele, J. L., Saunders, J. y Miles, J. N. V. (2013). Evaluating the Effectiveness of Correctional Education: A Meta-Analysis of Programs That Provide Education to Incarcerated Adults (Research Report Series). RAND Corporation; Bureau of Justice Assistance [U.S. Department of Justice]. https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR266.html

[5] Chappell, C. A. (2004). Postsecondary Correctional Education and Recidivism: A Meta-Analysis of Research Conducted 1990–99. Journal of Correctional Education 55(2):148–69. http://www.antoniocasella.eu/nume/Chappel_2004.pdf

[6] Visher, C. A., Winterfield, L. Coggeshall, M. B. (2006). Systematic Review of Noncustodial Employment Programs: Impact on Recidivism Rates of Ex-Offenders. Campbell Systematic Reviews 2006:1. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.4073/csr.2006.1

Casos avaliados

Programa de Lares Populares de Minnesota

Programa de Liberdade Condicional para Trabalho da Flórida

Prontos, Dispostos e Aptos

Programa de Trabalho nas Prisões Chilenas

Programa de Progressão de Regime Através do Trabalho

Programa de Certificado de Atividade Profissional Industrial na Prisão

Alguns casos não foram incluídos no Banco de Evidências por conta de debilidades identificadas na metodologia de suas avaliações de impacto
Clique aqui e veja a listagem

Imagem
flag

Envie-nos seu estudo!

Você participou de estudos de avaliação de impacto de intervenções de prevenção da criminalidade, violência ou desordem? Envie-nos seu estudo. Ele será avaliado e poderá ser incluído no Banco de Evidências

Entrar em contato