Problemas abordados

Efetividade

Promissor

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Descrição

O "bullying" compreende um conjunto de comportamentos agressivos, que podem incluir agressões físicas, verbais ou psicológicas/relacionais. A prática do bullying pode ocorrer no ambiente escolar ("bullying escolar") ou pela internet ("cyberbullying"). Os indivíduos podem estar envolvidos em bullying como infratores ou vítimas e também como espectadores/testemunhas ("bystander"), defensores ou como reforçadores destes comportamentos.

Os programas de prevenção ao bullying (seja na escola ou em outros ambientes) podem ser caracterizados por diferentes métodos, escopo e objetivos. Isso porque os seus elementos constitutivos variam de acordo com o público-alvo da intervenção.

Para agressores e vítimas, alguns exemplos desses elementos são material curricular de prevenção, treinamento de professores, trabalho individual com vítimas, conferências informativas, reuniões informativas com os pais/responsáveis e trabalhos cooperativos com especialistas, entre outros. Já nas intervenções com espectadores, podem ser incluídas dramatizações em sala de aula, recriações de cenas gravadas em vídeo, uso de recurso tecnológico interativo, entre outros.

Especificamente em relação ao cyberbullying, programas de intervenção e prevenção utilizam várias abordagens diferentes para desencorajar o envolvimento dos estudantes e construir capacidades de respostas a comportamentos negativos na internet. Em geral, estas abordagens podem ser categorizadas em nível individual, sistêmico multinível e universal.

As estratégias de nível individual têm foco nos alunos, buscando melhorar as habilidades emocionais e a percepção de autoeficácia para lidar com o cyberbullying. Os programas também ensinam aos alunos alternativas para responder a este tipo de bullying, usando assertividade ou humor, mediante a ajuda de pai ou professor, ou pelo rompimento da interação. A abordagem sistêmica multinível pode incluir uma combinação de estratégias de sala de aula, de professor/estudante, familiar ou individual. A abordagem universal mobiliza estratégias em toda a escola para lidar com o cyberbullying.
berbullying.

País onde foi aplicado
  • Espanha
  • Estados Unidos
Evidências

No que diz respeito aos programas orientados à prevenção do bullying escolar, foram encontradas duas metanálises (uma com base em 36 estudos e outra em outros 19) [1] [2]. As principais conclusões apontam para a eficácia de programas anti-bullying na redução da perpetração em cerca de 19-20%, e para a redução da vitimização em cerca de 15-16% [1].

Uma outra revisão sistemática analisou os resultados de 36 estudos individuais focados em programas de educação para a resolução de conflitos e encontrou que a proporção de vítimas de bullying foi reduzida de 28% para 20% entre os estudantes do grupo de tratamento como consequência dos efeitos produzidos pelo programa, assim como a proporção de estudantes que informaram ter sido insultados com palavras de ódio caiu de 11% para 7,5% [3]

No que se refere ao impacto dos programas de prevenção ao bullying nos espectadores, uma revisão sistemática constatou, com base em 12 estudos, que houve um aumento das intervenções dos observadores nos casos de situações de bullying [4].

Com relação ao cyberbullying, uma revisão sistemática encontrou uma redução estatisticamente significativa tanto na perpetração quanto na vitimização para os estudantes que participaram de programas de intervenção ou prevenção do cyberbullying, em comparação com os estudantes do grupo de controle [5]. Uma revisão sistemática anterior, focada em intervenções orientadas à prevenção e redução de diferentes comportamentos abusivos/de risco na internet (dentre os quais o cyberbullying) não tinha encontrado impactos estatisticamente significativos na redução do comportamento online de risco, propriamente, porém já havia identificado efeitos positivos desses programas em termos de aumento do conhecimento sobre segurança na internet [6].

Bibliografia

[1] Gaffney, H., Ttofi, M. M. and Farrington, D. P [David P.] (2019). Evaluating the effectiveness of school-bullying prevention programs: An updated meta-analytical review. Aggression and Violent Behavior, 45(4), 111–133. https://doi.org/10.1016/j.avb.2018.07.001

[2] Wong, J. S. (2009). No Bullies Allowed: Understanding Peer Victimization, the Impacts on Delinquency, and the Effectiveness of Prevention Programs [dissertation]. Pardee RAND Graduate School (PRGS). https://www.rand.org/pubs/rgs_dissertations/RGSD240.html

[3] Garrard, W. M. y Lipsey, M. W. (2007). Conflict resolution education and antisocial behavior in U.S. Schools: A meta-analysis. Conflict Resolution Quarterly, 25(1), 9–38. https://doi.org/10.1002/crq.188

[4] Polanin, J. R., Espelage, D. L., Pigott, T. D. y Betts, J. (2012). A Meta-Analysis of School-Based Bullying Prevention Programs' Effects on Bystander Intervention Behavior. School Psychology Review, 41(1), 47–65. https://doi.org/10.1080/02796015.2012.12087375

[5] Gaffney, H., Farrington, D. P., Espelage, D. L., and Ttofi, Maria M. (2019). Are Cyberbullying Intervention and Prevention Programs Effective? A Systematic and Meta-Analytical Review.” Aggression and Violent Behavior, 45, 134–53. https://doi.org/10.1016/j.avb.2018.07.002

[6] Mishna, F., Cook, C., Saini, M., Wu, M.‑J. y MacFadden, R. (2011). Interventions to Prevent and Reduce Cyber Abuse of Youth: A Systematic Review. Research on Social Work Practice, 21(1), 5–14. https://doi.org/10.1177/1049731509351988

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