Com base em duas revisões sistemáticas com metanálises (uma delas da Campbell Collaboration) elaboradas no início dos anos 2000, a plataforma Crime Solutions classifica os programas de conscientização juvenil por meio de visitas a prisões não apenas como não efetivos para dissuadir a delinquência juvenil, mas também como contraproducentes. Isso porque ambas revisões apontaram que as chances de reincidência são maiores, em média, entre os participantes destes programas, quando comparados com os jovens que não participaram dos mesmos [1] [2].
Mais recentemente (2013), a revisão sistemática da Campbell Collaboration foi atualizada. Esta nova versão incluiu 9 estudos e reafirmou a descoberta de que, ao contrário de seu propósito, os programas de conscientização juvenil não conseguem deter o crime, e podem inclusive levar a mais infrações, e não menos [3].
A plataforma Crime Reduction Toolkit analisou outra revisão sistemática, cujos resultados reforçam que os programas de conscientização juvenil que utilizam técnicas de confronto não funcionam para reduzir a delinquência. Entretanto, neste caso, os autores fazem a ressalva de que as iniciativas de caráter não-confrontacional podem ser promissoras. Isso porque a revisão incluiu 03 avaliações de impacto focadas em programas deste tipo, e, neste caso, ainda que os efeitos não tenham sido estatisticamente significativos, eles se aproximaram deste patamar. Frente a isso, os autores argumentam que estas intervenções podem se tornar efetivas ao utilizar uma abordagem não-confrontacional e quando são combinadas com outras estratégias preventivas que já demonstraram efetividade, como os programas de reentrada ("aftercare programs") [4].
Com base nessa revisão, a plataforma Crime Reduction Toolkit também classifica esse tipo de intervenção como contraprodutivo por gerar uma elevação geral nos níveis de criminalidade e delinquência (a reincidência foi 68% maior entre os jovens que participaram do programa do que entre os que não participaram).