Uma revisão sistemática de 2005 incluiu estudos experimentais e quase-experimentais e encontrou resultados mistos para esse tipo de intervenção. O efeito médio medido através de registros oficiais de violência doméstica em estudos experimentais mostrou um benefício modesto, enquanto o efeito médio para resultados medidos através das denúncias de vítimas foi nulo. Os resultados, de acordo com os autores, levantam dúvidas sobre a eficácia dos programas de intervenção judicial contra agressores domésticos [1].
Uma atualização desta revisão sistemática (desenvolvida por dois dos mesmos autores da revisão anteriormente mencionada e publicada 16 anos depois) não encontrou dados capazes de respaldar a efetividade deste tipo de intervenção. Embora não haja evidências suficientes para se concluir que esses programas não funcionam, as evidências também são insuficientes para concluir que eles funcionam [2].
Com base em uma amostra de 11 estudos e um tamanho de amostra de 4.824 casos, a referida revisão analisou o impacto destes programas sobre a violência reiterada de parceiros íntimos através de relatórios oficiais e de relatórios de vítimas (auto-declaração). Os resultados encontrados apontam que, para o grupo de tratamento no qual a apuração foi realizada tendo como base relatórios oficiais, o efeito médio nos estudos experimentais teve um benefício modesto e estatisticamente não significativo. Enquanto isso, no caso dos grupos nos quais os resultados foram medidos por meio de relatórios de vítimas, foram encontrados resultados iguais para ambos os grupos, indicando não haver nenhum efeito sobre a redução da violência por parceiros íntimos [2].
Ademais, os autores chamam a atenção para o fato de que, no passado recente, surgiu uma nova geração desses programas, a qual incorporara novos elementos (como entrevistas motivacionais, por exemplo). Entretanto, eles ressaltam que ainda não há evidências suficientes para estabelecer se esses programas de nova geração são de fato capazes de reduzir a violência de parceiros íntimos, ainda que já se observem alguns resultados intermediários promissores (indicadores de participação e assiduidade no programa, por exemplo).