Uma revisão sistemática com metanálise da Campbell Collaboration analisou o resultado de 55 avaliações de impacto de programas de formação para pais e mães de crianças até 5 anos de idade. Essa revisão concluiu que esse tipo programas tem um impacto de pequeno a médio (d=0,35, em média) sobre a incidência de problemas de comportamento infantil, havendo, portanto, benefícios para a redução do comportamento antissocial e a delinquência na juventude das crianças de pais que participaram desses programas. Os autores apontam, ainda, que as evidências indicam que essas melhorias se mantêm a longo prazo, trazendo benefícios duradouros para as vidas destas crianças [1].

Essa mesma revisão foi atualizada em 2016. A nova versão reafirmou a conclusão de que os programas de treinamento parental são uma estratégia eficaz para prevenir o comportamento antissocial e a delinquência. Nesse caso, os autores estimaram um efeito positivo e estatisticamente significativo (d=0,37), o que correspondeu a um total de 32 indivíduos (de cada 100) que tiveram uma agressão registrada, no grupo de tratamento, enquanto, no grupo de controle, registrou-se um total de 50 a cada 100 indivíduos [2].

Uma terceira revisão sistemática analisou três estudos experimentais ou quase-experimentais que avaliaram iniciativas que incluem atividades de parentalidade positiva combinadas a outros conteúdos destinados a prevenir a violência entre parceiros. Os programas analisados pelos autores desta revisão sistemática são de relativa longa duração (entre 9 e 15 sessões em grupo) e tem foco na promoção da reflexão crítica e do diálogo, bem como em prover apoio aos homens na transição para a paternidade. Dois dos estudos incluídos na revisão apresentaram impactos positivos e um outro apresentou resultados promissores para a redução da violência entre parceiros íntimos [3].