Os programas de meditação utilizam técnicas de concentração e quietude mental, buscando desenvolver a capacidade de controlar o fluxo dos pensamentos, aprimorar a atenção no momento presente, nas emoções e nas próprias sensações.
Dentre as abordagens mais comumente utilizadas, destacam-se as Intervenções Baseadas na Atenção Plena ("Mindfulness-Based Interventions" - MBIs, na sigla em inglês), que têm se tornado cada vez mais populares nos últimos anos, tanto no campo da prática como no da pesquisa científica. "Mindfulness" ou atenção plena pode ser definida como a capacidade psicológica de permanecer voluntariamente presente e concentrar-se plenamente nas próprias experiências, com uma atitude de não julgamento ou de aceitação, gerando uma postura amistosa de abertura e curiosidade.
Este tipo de intervenção é praticada, via-de-regra, porum processo de meditação sentada, no qual são executados exercícios formais e informais de psicoeducação e os participantes são orientados a reforçar a prática do não-julgamento, a confiança, o desapego, a aceitação e a paciência. Com o tempo, estas intervenções tornaram-se precursoras de uma série de variações, tais como a Terapia Cognitiva Baseada na Atenção Plena (MBCT, na sigla em inglês), Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e Terapia Comportamental Dialética (DBT).
Quando aplicadas em jovens (frequentemente em ambientes escolares), estas intervenções são utilizadas para reduzir o estresse e a ansiedade de crianças e adolescentes e são orientadas a promover melhorias em competências socioemocionais, no comportamento e no desempenho acadêmico. Assim, essas intervenções pretendem mitigar alguns dos fatores de risco e reforçar fatores protetivos que se configuram enquanto determinantes relevantes da vitimização dos jovens.