Uma revisão sistemática com metanálise identificou 17 estudos de avaliação de impacto de programas de execução de atividades no contraturno escolar, abrangendo três tipos específicos de intervenção: acadêmica, recreação e treinamento/mentoria. As análises fornecidas por esta revisão indicam que nenhum destes tipos de intervenção está associado a um efeito significativo sobre a delinquência juvenil, conforme mensurada por auto-relatos, registros policiais e relatos de professores ou pais sobre prisões e incidentes de comportamento [1].
Uma segunda revisão sistemática com metanálise, apesar de não encontrar impactos estatisticamente significativos sobre as variáveis uso de substâncias e frequência escolar, reportou impactos positivos sobre as seguintes variáveis: atitudes positivas dos estudantes em relação à escola (diferença média padronizada = 0,34), vínculo escolar (diferença média padronizada = 0,14), promoção de comportamentos sociais positivos (diferença média padronizada = 0,19), comportamentos externalizantes (diferença média padronizada = 0,19) e desempenho escolar (diferença média padronizada = 0,12). Em todos os casos, o impacto foi considerado pequeno, mas estatisticamente significativo [2].
Uma terceira revisão sistemática com metanálise qualificou os achados relacionados ao desempenho escolar, na medida que encontrou efeitos específicos para habilidades relacionadas à leitura e à matemática, de modo individual. Em média, os alunos que participaram deste tipo de programa tiveram performances ligeiramente superiores (e melhoria estatisticamente significativa) àqueles que não participaram (diferenças médias padronizadas = 0,07 e 0,16, respectivamente) [3].
A plataforma Crime Solutions apresenta os resultados destas três metanálises e classifica este tipo de programa como promissor para a autopercepção das crianças, desempenho escolar, vínculo escolar e comportamentos sociais positivos, mas como não eficaz para reduzir a delinquência e o uso de drogas e para melhorar a frequência escolar.